quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Faculdade pública ou privada?

"Eu quero fazer Engenharia Sanitária e Ambiental na UFBA".

Essa é a afirmação que eu comecei a fazer enquanto estudava no SESI. Nunca passou pela minha cabeça estudar em uma faculdade privada, mesmo se fosse com bolsa integral. Na verdade acho que o meu maior problema era fazer numa faculdade privada daqui de Salvador, porque sei que lá no sudeste existem faculdades com uma ótima avaliação pelo MEC.

No meio de 2013 eu consegui uma bolsa de 50% pelo Prouni na Área 1, me matriculei e fiz um semestre lá, mas sempre que eu entrava na faculdade eu dizia pra mim "aqui não é o meu lugar" (não, eu não acredito em "poder místico da palavra", não credito que palavra mexe com o cosmos e faz o universo conspirar ao meu favor). Estar cursando o que eu queria ainda não estava me dando paz, eu queria ir pra UFBA, e me dobrei bastante pra isso (foi o período que eu fiquei magro demais! kkkk), fiz durante um mês um cursinho pela manhã, à tarde ia pro curso técnico e à noite pra faculdade. Depois de um tempo percebi que eu poderia estudar por conta própria, e foi o que fiz.

Mas vamos avançar essa fita aí, não quero falar do processo. 

O fato é que só estando dentro da UFBA que eu vim perceber que ser uma instituição renomada era só um do universo de benefícios e oportunidades que se abriram pra mim ao estudar numa universidade pública.

Na Área 1 passei o semestre inteiro, e tudo o que fiz foi assistir aula, além de tomar conhecimento de algumas iniciativas de intercâmbio (como a faculdade foi comprada pela DeVry, uma instituição de ensino estadunidense, havia oportunidades de estudar lá por um período) e oportunidade de fazer curso de inglês (que não era do meu interesse, pois já possuo inglês fluente).

No primeiro semestre da UFBA, já de cara eu soube que teria a oportunidade de estudar um idioma gratuitamente (na Área 1 havia um valor a ser pago), e não só inglês, poderia estudar francês, italiano, espanhol ou alemão. Optei por alemão e estou aprendendo bastante. Foi no primeiro semestre também que fiquei mais por dentro do Ciências se Fronteiras, e percebi que quem estuda em federais tem mais oportunidades de participar.

Enfim, atualmente me encontro no terceiro período, e um ano e meio após ingressar na UFBA já tenho um conhecimento básico de alemão, sou bolsista de um programa do governo (PET), estou aguardando o próximo edital do Ciências sem Fronteiras para poder me inscrever, e, acima de tudo, estou fazendo o curso que queria.

No momento a UFBA se encontra em greve, e isso, apesar de ser um ponto negativo de estudar em uma instituição pública, acaba não sendo de todo ruim. Nesse período de protestos tenho podido conversar com colegas, professores e coordenadores da UFBA, e isso tem me enriquecido bastante. Estando dentro você acaba obtendo um outro olhar sobre a greve. Mas enfim, esse também não é o intuito do post! rs

O que eu quero dizer é que usar a greve como único argumento pra não estudar numa faculdade pública é muito (muito) pouco. A visão maior (e mais profunda) que você adquire, não só da sua área, mas do escopo da universidade como um universo mesmo, as oportunidades, e muitas vezes até a melhor formação, com melhores profissionais, tudo isso pesa muito e no fim faz valer a pena passar mais tempo do que eu provavelmente passaria numa faculdade privada.

Um comentário:

Unknown disse...

Segue em frente, e nunca esqueça que existe um Deus soberano que nos dirige aos detalhes de cada caminho e dos passos a serem dados. Glórias ao Senhor, a greve terminou e aos poucos "...o mais Ele fará". Beijão!