terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Poliana

- Gosta de ser pastor, senhor Ford?
- Se gosto? É difícil responder... por que me pergunta? - o reverendo ergueu os olhos cansados.
- Só por curiosidade... por causa do seu olhar. Meu pai tinha, às vezes a mesma expressão.
- E? - nada mais disse o reverendo, voltando a fitar a folha seca.
- Nessas ocasiões eu sempre perguntava se ele gostava de ser pastor - insistiu Poliana. - Assim como perguntei agora.
- E que respondia seu pai? - o reverendo já sorria.
- Sempre a mesma coisa. Dizia que gostava... outras vezes, porém, afirmava que jamais seria pastor... se não fosse alguns trechos alegres da Bíblia.
   O reverendo tirou os olhos da folhinha e fixou-os no rosto contente da menina:
- Como?!
- Era como ele costumava chamar-lhes. É claro que a Bíblia não diz isso. Mas todas essas frases começava com "alegria"... "Sê contente com o Senhor", ou "Rejubila-te com Ele", ou, "Salta de Alegria", assim por diante. O senhor sabe mais do que eu. Certa vez, quando esteve doente, papai contou oitocentos pedacinhos desses.
- Oitocentos?!
- Sim, oitocentos deles, dos que mandam a gente ficar alegre. Era o que meu pai chamava de "textos alegres".
   Os olhos do pastor caíram sobre as anotações que tinha nas mãos e que começavam assim: "A maldição do Senhor desça sobre vós, escribas e fariseus hipócritas"! Observou:
- Quer dizer que seu pai só pensava nos textos alegres?
- Sim - Poliana afirmou, com firmeza - Costumava dizer que se sentiu muito melhor desde o dia que começou a procurá-los na Bíblia. E se Deus quis que nos sentíssemos felizes. Papai chegou a ter vergonha do tempo perdido em que não fora alegre. E passou a se conformar com tudo. Daí a ser muito feliz, foi um passo. Quando as senhoras da "Auxiliadora" brigavam, isto é, discutiam, meu pai tirava dos "textos alegres" o conforto necessário. Foi assim que inventou o jogo do contente. [...]
- E como se joga o "jogo"? - indagou o pastor.
- É fácil. Basta tentar tirar proveito daquilo que nos aborrece [...]"

Li Poliana e o início de Poliana Moça na primeira semana desse mês, e posso dizer que já está marcado em minha história. gostei muito! E quero comprar os dois pra poder rabiscar (resisti a uma tentação muito forte pra não rabiscar os da dona..kkkkkk).

Eu percebi que gosto de literatura infantil, e gosto a muito tempo sem saber! As Crônicas de Nárnia, e Poliana agora, vieram a confirmar isso, os dois tem uma linguagem tão simples, mas tão cheias de significado(porque será que essa frase me lembrou Crombie?? =D). Quem puder ler os dois, ou um dos dois, não perca a chance, é bom demaaais! Desde que comecei a ler Poliana, passei a jogar o jogo do contente, e também estou "confeccionando" meu Livro da Alegria (um lugar onde você anota motivos para ser contente)!

3 comentários:

Anderson Bispo disse...

Spoiler, rapaz. rsrs Gosto muito mais de linguagem simples. Acho que os melhores livros que li eram assim.

Anônimo disse...

Bom, s evc não estar feliz com a propria vida, desista dela ou mude... O pai de Pollyana escolheu mudar para melhor. Fica a dica

Patrícia Rodrigues disse...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
tá, sou sua fã, neh Dinho...
FATO! Sou apaixonada por literatura infantil também... e Poliana foi praticamente o primeiro livro q eu li. Tenhoo os dois em casa (será que foram eles os q vc leu??) e leio duas vezes por ano, o que significa que já li bem mais que CDN... é ótimo. Por isso gosto tanto do nome.

*-*
(adoro saber que mais pessoas gostam do que eu gosto! kk)