"Aaai! Que raiva!!". Eu estava perdendo a paciência, fazia semanas que o "tal garoto" me olhava, e olhava por minutos, parecia não saber o que é ser discreto.
"Bem, de qualquer forma, já sei como vou tratá-lo quando ele vier falar comigo. Não quero dar nenhuma esperança, nem quero problemas novamente para mim". Pensei sem nem titubear. Afinal, é o que os garotos querem, "tirar uma casquinha" e ir embora. Não me conformava com minhas amigas, que se deixavam levar pelas conversinhas deles. Só que algo dentro de mim me deixava em dúvida, e era esse todo o problema: A dúvida.
A dúvida tira do enxadrista a confiança em executar sua jogada, a dúvida deixa um estudante nervoso em uma prova, a dúvida muda o modo como vemos (na verdade, o modo como acreditamos ver) determinada situação, a dúvida está atrelada a desconfiança. Será que eu estava desconfiando de mim mesma? O garoto era muito bonito, mas eu tinha parado um dia para saber mais acerca dele, e ele não parecia ser igual a todos os meninos. "Mas o quê que estou pensando?? Claro que ele é igual a todos!" Eu dizia, só que não mais com plena convicção. O que estava causando a falta dessa "plena convicção"? Eu nem o conheço, como posso sentir algo por ele a ponto de duvidar do que acredito? Sentir algo por ele? "ai ai..." Parece até um paradoxo: "Lizzie apaixonada".
Me lembrei de um dia que eu estava sentada lendo, e ele passou por mim e me olhou, de uma forma que me deu calafrio, pois me remeteu imediatamente ao primeiro e último garoto que tomei iniciativa em iniciar um diálogo. Ele me olhou intensamente, procurando algo em mim! E também foi embora frustrado por não encontrar. Não! Decididamente eu não sinto nada por ele, foi só que lembrei do outro garoto e por isso fiquei agitada com o olhar dele!
Então finalmente chegou o dia que ele veio falar comigo, eu estava sentada num banco, terminando meu dever de matemática. Ele se aproximou e sentou, fiquei nervosa, sem saber o que fazer, mas continuei no meu dever.
- Poxa, eu tava prestando atenção aqui, seu nariz é igualzinho ao de Alexandra Daddario! É muito fofo! - ele falou meio depressa.
-
Alexandra Daddario? - falei assustada, não esperava que ele falasse
comigo, e ainda por cima me comparando a alguma garota - Ela é bonita?
Eu não acho.. - tentei fazer uma cara de que não estava me importando.
- Ahh, tudo bem, então vamos pensar de outra forma. Esqueça Alexandra. Nossa, seu nariz é lindo!
"É,
ele está se superando..", pensei. Então resolvi dar o golpe final:
fechei o caderno, coloquei a caneta no estojo, e guardei os dois em
minha mochila, esperando que ele achasse que eu iria
sair dali.
-
Ai, poxa, desculpa, nem vi que você estava ocupada, desculpa mesmo, eu
vou ficar calado, prometo! - ele falou com um sorriso descarado .
-
Não! Não está incomodando não, é que eu quero rir, vamos continuar! -
tentei colocar num tom nervosamente irritado, sem muito sucesso.
Foi
então que chegou um amigo dele e sentou entre nós dois, fiquei um pouco
irritada com isso, mas me levantei e fui embora. Fiquei me questionando
porque me irritei com o garoto idiota que sentou entre nós, não era o
que eu queria: terminar aquela conversa?
Um comentário:
E eu pensando ONDE eu já tinha visto isso antes! kkkkk'
(adoooron os momentos "Crepúsculo"!! :D)
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