Meses depois, continei a admirar "a garota baixinha que usava óculos". Sempre que passava por mim, eu olhava-a, tendo em mente: "Ainda descubro a sala dela..". Até que um dia ela entrou na minha sala, para falar algo com a professora que estava dando aula (não me recordo que aula era..). Ela ficou vermelha, "Ela é tímida!", pensei. Descobri a sua sala, e, sempre que podia, passava por ela só para vê-la sentada, sempre na primeira fileira, escrevendo.
Oportunidades não me faltaram de falar com ela, mas a minha timidez sempre falou mais alto. E não ajudava em nada saber que ela também era tímida. Certo dia eu estava procurando um local iluminado (já passavam das dezoito horas) e silencioso para ler. Procurei um banco (aqueles de madeira de três pessoas, nem sei se é banco que se diz!) perto de um poste, e, senti como se água gelada tivesse caido no meu estômago: ela estava sentada sozinha num banco, escrevendo algo, me aproximei para sentar, mas ela não me olhou, provavelmente não notou minha presença. Senti vontade de falar com ela, pelo menos perguntar "Posso sentar aqui?", mas as palavras não saíram. Calculei, "bem, ela é muito tímida, talvez não se importe que eu sente do seu lado, ou não tenha coragem de dizer algo".
Sentei, e fingi que estava lendo, pois não conseguia pensar em mais nada a não ser que ela estava do meu lado. Olhei de canto de olho e percebi que ela olhou para mim por algum tempo, depois voltou a escrever.
Senti de súbito uma coisa dentro de mim, me virei para ela e abri a boca:
-...
2 comentários:
Ai meu Deus, essa adolescência... rsrs
IIhh... a melhor coisa da vida é ser adolescente (prorrogado até 2013! UHU)
Agora, entenda que são em situações como essas que eu ODEIO reticências! kkkkkkkk
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