- O que você pensa que está fazendo?? Você ficou louca! Está obssessiva com isso de perder peso. Você vai acabar morrendo de um jeito ou de outro! - Alberto falou, irritado, mas temeroso que ela fizesse o que falou segundos antes - Amor, larga isso, deixa eu te ajudar!
- Me ajudar? Há semanas eu só ouço você dizendo que eu deveria procurar um médico, que eu estou compulsiva com isso. Você acha que está me ajudando? Alberto, você deveria me apoiar! Eu amo o meu trabalho! - e, sem nem vacilar, ela fez o que prometeu.
Alberto parou o carro, e foi para o banco de trás, gritando, pedindo ajuda. Ele pôs a mão no pescoço dela, tentando em vão diminuir o ritmo do sangue, que saía sem parar. Em pouco tempo se formou um círculo de pessoas ao redor do carro, e alguns minutos depois chegou uma ambulância, junto com uma viatura.
Durante todo este tempo, Alberto, todo ensanguentado, não saía de perto de Júlia, já morta. Ele não parou de chorar. Começou a ter flashes de toda sua vida desde que conheceu Júlia, o namoro, o noivado, o casamento... e enfim, a última frase que ela disse antes da morte: "Eu amo o meu trabalho!"
Naquele momento, ele só queria que ela pudesse acordar por alguns segundos, só para ouvir a resposta dele:
"Eu amava você".
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